Me chamo Leandra e sou apaixona pelas histórias da vida

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O sopro renovador


Você vai morrer.
É, você vai morrer. Seus pais, seus irmãos, seus filhos, seus melhores amigos, todos irão morrer um dia.
Muito triste pensar nisso né?
Os céticos veem apenas como um processo natural. Mas, acredito que a grande parte das pessoas enxerga a morte de maneira mais “poética”. O fato é que há muito misticismo envolvido. Além de uma aura de mistério e magia.


Cada um dá à morte significados diferentes. Óbito, falecimento, passagem, desencarne.
Não quero aqui discutir religião, tampouco pregar sobre as minhas crenças, embora goste de pensar que a morte é o sopro renovador (parafraseando Chico Xavier). Dá uma sensação de conforto acreditar que a morte é uma passagem para o outro lado da vida e que eu possa reencontrar as pessoas que eu amo...algum dia, em algum lugar.

Mas enfim, não serei mórbida falando daquilo que ninguém gosta de pensar. Principalmente, quando se trata dos nos nossos entes mais queridos.
Trouxe esse assunto porque há algumas semanas, desabafando com uma amiga sobre algumas mágoas e tristezas e da minha desilução com certas atitudes, ela me aconselhou que quando eu estivesse assim, ao invés de proferir palavras duras e nutrir um sentimento de raiva, que eu simplesmente parasse por um instante e pensasse: “e se essa pessoa morrer?”.

Achei curioso o método usado por ela para ser uma pessoa menos rancorosa e perdoar com maior facilidade.
Muitas vezes, depois de uma discussão acalorada, você fala mais do que sente, potencializa sua raiva e, com certo desdém, se convence de que aquela pessoa não te faz falta e que você é autossuficiente. Mas quando as coisas se acalmam e você percebe que não era bem assim, fica uma sensação de gratidão por poder tentar de novo e ter tempo para consertar as coisas.

Ficando de olho na morte e usando esse lembrete de que morreremos um dia, será que podemos melhorar nossos relacionamentos?
Às vezes, penso na perspectiva que as pessoas têm da vida quando estão diante da iminência da morte. A ânsia por desfrutar de tudo aquilo que ainda não fez. A sede pela vida!

Mas não é muito inteligente da nossa parte ficar esperando um dignóstico ruim para saudar a vida a cada dia e recebê-la como o presente, que ela de fato é.
Daqui para frente quero seguir esse conselho à risca, porque diante da morte e de sua grandiosidade (seja ela uma passagem ou simplesmente o fim da linha) todo o resto parece pequeno.

“Eu te amo, você é importante para mim e agradeço por fazer parte da minha vida e da minha história”...é essa a mensagem que quero passar para as pessoas que eu amo, enquanto ainda posso olhar nos olhos delas, ao menos nesse encontro, nesse tempo, nessa vida...

"A vida não cessa e a morte é um jogo escuro de ilusões, fechar os olhos do corpo não decide os nossos destinos, é preciso navegar no próprio drama ou na própria comédia. Uma existência é um ato, um corpo, uma veste, um século, um dia, e a morte é o sopro renovador, mais não vou sofrer com a ideia da eternidade, é sempre tempo de recomeçar."

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Veneno antimonotonia


Se existe alguma pílula da felicidade, eu digo que ela é servida em doses homeopáticas.

A FELICIDADE não vem num pacotão completo, vem aos poucos, às vezes aos pedaços, às vezes devagarinho, mas ela vem. Chega, faz aquela festa e vai embora. Diz “volto logo” e você fica lá, esperando ansiosamente a visita dela.
É claro que muitas vezes ela passa uma temporada, senta ao nosso lado e percorre um longo trajeto no trem da vida.
Mas também, é verdade dizer que ela aparece só para dar um alô, e com pressa, sai rapidamente.
De tanto que procuro por ela, já conheço alguns de seus esconderijos.

Sei que ela costuma habitar a conversa com riso solto de alguns de meus amigos. Sei também que ela está sempre ao lado da minha avó, quando ela me abraça ou me dá um conselho valioso.
Vira e mexe ela aparece aqui em casa, enquanto converso com meu marido ou assistimos um filme bacana, num momento tranquilo.

Semana passada nós nos encontramos algumas vezes. Foram encontros breves, mas essenciais, que servem como veneno antimonotonia para o dia-a-dia.
Ela estava comigo num chat com uma amiga de muitos e muitos anos. Conversa sincera e franca. E ela permaneceu comigo, mesmo depois de desligar o computador.

Ela também apareceu quando reencontrei uma amiga de infância. Havia 15 que não nos falávamos e ela veio toda espaçosa, tomando conta de tudo.
Na última quinta ela esteve comigo o dia todo. Passei o dia com meu afilhadinho e ela anda de mãos dadas com ele.

No sábado, apareceu diversas vezes enquanto eu recebia amigos em casa. Às vezes, ela saia para dar uma voltinha, mas logo voltava em forma de gargalhada.
Nosso último grande encontro foi no domingo, durante um jantar em comemoração ao casamento de um amigo querido.

Algumas pessoas parecem ter o dom de acompanhá-la por onde vão. E basta estar em companhia delas que a felicidade também se faz presente.

O ruim mesmo é quando ela brinca de esconde-esconde com a gente. Briga, se rebela, fica teimosa e desaparece. E deixa a impressão de que não vai mais voltar.
Até que dobramos a esquina da vida, encontramos algumas daquelas pessoas iluminadas, realizamos um sonho, ganhamos um abraço apertado de uma criança e pronto: ela aparece toda sapeca e com sorriso maroto.

Vem felicidade, sua linda! Vem andar para sempre do meu lado.
Juro, que dá próxima vez que nos encontrarmos, vou segurar bem firme na sua mão e não vou deixá-la partir. E vou te levar comigo, para onde quer que eu vá!


*Essa música se chama FELICIDADE. É do meu primo (distante...rs) Marcelo Jeneci.
Esses que aparecem no clipe são parentes da minha avó. Irmãos e sobrinhos que moram em Sairé/PE.
"Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser..."