Me chamo Leandra e sou apaixona pelas histórias da vida

Minha foto
Justo a mim coube ser eu...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Portinari e o parente da formiga


Fui com meu amigo Marco ver, finalmente, a exposição dos painéis Guerra e Paz, de Portinari, no Memorial da América Latina.
A primeira surpresa foi a grande quantidade de pessoas que teve a mesma idéia que a gente, embora houvesse muitas excursões escolares, o que tumultuava um pouco o ambiente.
Primeira parada: ver os esboços, ensaios e inúmeros estudos que o artista fez antes de começar efetivamente a pintar os painéis.
Não somos especialistas em arte, apesar do Marco logo constatar a influência cubista nas obras, mas independentemente das possíveis leituras, como é bonito de se ver.
Quanta perfeição, que riqueza de detalhes, que expressão nos olhos daquelas Pietás desesperadas.
Em meio à observação dos quadros e da leitura de textos belíssimos, era impossível ignorar as crianças ali presentes, muitas delas deixando suas valiosas impressões.
Diálogo entre professora e aluno (com uns 5, 6 anos):
- Olha gente, esses quadros retratam os orfãos. Quem aqui sabe o que é um orfão?
Um menino prontamente levanta o braço e com muita firmeza responde:
- É o parente da formiga, professora!
Criança e arte tem tudo a ver. Quanta espontaneidade!
Até agora estou me perguntando de que lugar da caixola o menininho tirou essa pérola!
Segunda parada: vídeo com obras de Cândido Portinari, com muitos retratos que eu não conhecia.
Terceira e última parada: os painéis.
Uau!
E onde encontrar palavras para descrever aqueles dois painéis de 14 x 10 m cada?
A expressão do horror da Guerra, com todo seu desespero e dor. E a Paz, das crianças brincando na rua ao coral dos meninos de Brodowski.
Linda obra, acompanhada de texto de Drummond, que joga luz (literalmente) em cada pedacinho dos gigantes, esmiuçando cada detalhe e deixando nossa imaginação correr solta.
Sempre me entristeço com a história deste impressionamte pintor, que foi sucumbido pela sua paixão pela pintura e morreu em nome da arte.
Bonito passeio, grande encontro, valeu Portinari.

Um comentário:

  1. Ainda bem que não perdemos os painéis do Portinari Le, dificilmente veremos um trabalho daquela dimensão e sensibilidade outra vez.

    Foi oportunidade única pra conhecer o conjunto da obra dele e pra gente saber de uma vez por todas que órfão é o parente da formiga hahah

    ResponderExcluir