Me chamo Leandra e sou apaixona pelas histórias da vida

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

“Mas é só uma cachorra!”

É a frase que fico repetindo na minha cabeça quando sinto um aperto no peito e aquela vontade incontrolável de chorar.

É só uma cachorra...Mas é aquela que escolhemos no site da ONG e que correu até nós quando chegamos ao abrigo. Sim, parecia que ela já nos aguardava, pois dentre todos os filhotes ela foi a primeira a nos receber.

E agora, apenas 2 anos e meio depois, nos vemos diante das feições pasmas dos veterinários que simplesmente não conseguem explicar o que ela tem...e pior, não sabem dizer como ela ainda sobrevive.
Nos últimos seis meses já foram mais de 10 exames e 5 veterinários diferentes e não temos um diagnóstico. Começamos a seguir uma linha de tratamento, há uma melhora, mas algum exame faz cair por terra toda a teoria e outros sintomas aparecem. Tem sido assim...
É Cacau, ontem o papai ouviu dos médicos que você está com o coração grande. Isso eu sempre soube, você literalmente tem um coração enorme onde cabe cada pessoa que dedicou cinco minutos de atenção a você.
Puxa como dói não saber o que fazer. Ver sua bichinha definhar na sua frente e não poder ajudar.
Mas ao mesmo tempo tento e aceitar os desígnios de Deus e entender que por algum motivo precisamos passar por isso...nós e ela!
Um pequeno filme passa pela minha cabeça. O dia em que a trouxemos para casa, os passeios no parque, as aulinhas de “senta e dá a pata”, as vezes que chorei abraçada a ela e tantas outras em que permaneceu quietinha ao meu lado quando eu não estava bem. E quantas vezes imaginei o Lucca rolando com ela no chão...
Minha sombra que quase me fez tropeçar inúmeras vezes por andar colada a mim e me esperar no tapete do box enquanto tomava banho...caramba, difícil demais imaginar minha vida sem ela.
Em alguns momentos a esperança vai embora, o olhar e a descrença dos médicos me desespera e perco o chão.
Mas quando a vejo lutando, reagindo, voltando a andar e comer sozinha, uma enorme luz volta a aparecer no fim do túnel.
E é com essa animação que termino esse texto, porque me pego exatamente nessa brecha que a medicina não explica, na fé que tenho em Deus e, principalmente, na vontade que ela demonstra em viver.
É só uma cachorra...mas é a MINHA cachorra!