Sempre me pego pensando nos relacionamentos humanos e concluo com humildade que é muito difícil viver em sociedade.
Acontece que ninguém vive sozinho, ninguém nasce apenas indivíduo, já nascemos inseridos num contexto. E, ao menos que você seja um ermitão, invariavelmente precisará se relacionar.
No filme Na Natureza Selvagem, um jovem se rebela contra a família e parte, sem avisar ninguém, para uma aventura pelo país em que vive. Coloca fogo em seu dinheiro, abandona o carro e segue pedindo carona, contando com a ajuda de desconhecidos. Seu objetivo é chegar ao Alasca, onde pretende viver a maior das aventuras: ficar, finalmente, sozinho, longe da hipocrisia das pessoas. Ele atinge seu objetivo e chega a uma floresta coberta de neve, onde vive por algumas semanas. Ao final, porém, quanto está prestes a voltar, a corrente de água que era apenas um fio quando ele chegou se tornou um rio e ele não consegue atravessar. Assim, acaba morrendo de fome, sozinho, na natureza.
A história é baseada em fatos reais, mas mesmo não levando o exemplo ao pé da letra, é possível fazer muitas analogias acerca desta situação.
Eu já quis muitas vezes me isolar de tudo e de todos. Esses momentos eram mais frequentes na adolescência, quando até mesmo a melhor amiga parecia não entender o que se passava na minha cabeça.
Hoje, ainda me pego com vontade de sair por aí e me isolar do mundo. Como se fosse possível fugir da hipocrisia, dos mal entendidos, da falsidade, da inveja, do diz que me diz, das superficialidades, enfim, de tudo isso que me causa tanta repulsa.
Sou humana e é claro que cometo esses desvios, mas confesso que luto diariamente para não cair nessas armadilhas.
Mas enfim, é possível ser feliz sozinho?
É claro que não! Precisamos de contato, de referências, de modelos a seguir.
Quando crianças, aprendemos a falar, a andar, a comer com garfo, tudo na base da observação.
Mas por que é tão difícil?
Por que um “simples” mal entendido pode minar uma relação que parecia sólida e sincera?
Por que muitas vezes nos deixamos levar por relações de dependência e de interesse, quando no fundo sabemos que nada terá a nos acrescentar?
Quis trazer essa reflexão, porque já tive muitos momentos de introspecção, quase antissocial, e agora, totalmente de volta à ativa, me deparo com momentos desagradáveis e lembro o motivo de me fazer ficar quieta, na minha. Como se fosse possível fugir do mundo lá fora...
Tenho a consciência de não somos autônomos e que o ser humano isolado, simplesmente não existe! Fomos programados para viver em bando e precisamos uns dos outros.
Mas então façamos uma campanha para relacionamentos sinceros, de olhos nos olhos, de risadas fartas, de conversas ao pé do ouvido, de papos cabeça. Quem sabe assim eu volte acreditar no ser humano e nos relacionamentos interpessoais.
Fora aos poderosos laços fracos!
Bom, e como diz uma amiga blogueira “Vamo que Vamo”, pois um bom relacionamento faz valer por 100 uma relação que não vai bem.
Conviver com uma amiga querida e sincera, com um amor que te compreende e com uma avó como a minha, que é uma fonte inesgotável de sabedoria. Enfim, são essas pessoas que me fazem acreditar que no final das contas, é IMPOSSÍVEL SER FELIZ SOZINHO.
Ual... muinto bom....é muito dificil...essa convivência... mas somos todos em tremenda mudança nunca seremos os mesmos amanhã. Sempre mudamos de opnião e de gostos.
ResponderExcluirAcho que sempre será assim, mesmo acreditando na mudança para melhor.
Le! Eu ja tive muito momentos de tipo "para o mundo que eu quero descer", de querer me isolar... Hoje em dia nao tenho tanto, mas curto os meus momentos sozinha. Acho impossivel ser feliz sozinho!!! Mas tambem nao posso dizer que sou um exemplo social. To mais para a anti-social... rsrs
ResponderExcluirE Vamo que Vamo!!!
Bjssss
O ser humano sempre viverá essa dualidade porque é o único ser capaz de estar ciente de si mesmo. A consciência de seu EU é o primeiro contato com a solidão.
ResponderExcluirComo você disse, a convivência em bando é fundamental, pois nos garantiu a sobrevivência. Os conflitos surgem entre a necessidade de pertencer ao grupo e a de defender o nosso eu - nossos interesses.
A solidão é positiva para restabelecermos nosso eu. A convivência, fundamental para compartilharmos nossos sentimentos e nos protegermos.
A solidão é negativa quando torna-se um hábito de esquiva da realidade. Como também o é a convivência, quando apenas serve a um jogo de aparências. Eu me perco nesse meio mas sempre busco o equilibrio.