Me chamo Leandra e sou apaixona pelas histórias da vida

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Justo a mim coube ser eu...

sábado, 21 de julho de 2012

Comece o dia Feliz

Sabe aqueles momentos da vida que parecem cenas de filme?

Bom, sei que tenho um pezinho no drama, talvez os dois, mas há ocasiões em que só falta mesmo a trilha sonora rolando de fundo.

Se eu entendesse de astrologia diria que a culpa desse meu lado dramático aflorado é devido ao meu signo de sagitário com ascendência em...sagitário! rs

Mas enfim, voltemos às cenas de filmes reais no nosso cotidiano. Semana passada estava no metrô, voltando do curso, pensando na vida, refletindo sobre o momento atual do meu relacionamento conjugal, quando um senhorzinho sentou-se ao meu lado.

Alguns minutos depois ele virou-se para mim e disse: “Estou vendo que você é casada. Eu também fui casado, foram 54 anos de união e cumplicidade. Até que a perdi recentemente num desastre”.

Ui, nessa hora já me arrepiei.

Ele passou a falar da esposa com uma ternura inexplicável, disse o quanto sentia falta dela e como gostaria de olhar em seus olhos ao menos mais uma vez. Fiquei emocionada com o relato daquele estranho, totalmente desarmado à minha frente.

Antes de descer na próxima estação ele perguntou se poderia me deixar um conselho e um presente. Eu, meio sem jeito, respondi que sim.

O conselho foi que eu tentasse ser a melhor esposa, a mais amiga e companheira. Que nunca durmamos brigados. Que falemos ‘eu te amo’ todos os dias. E que eu ‘perca’ ao menos 5 minutos para escutar o marido reclamar do trabalho, do cliente mal-educado, enfim, para liberar um pouco do estresse do dia a dia.

O presente foi um livro chamado “Comece o dia Feliz”. É um daqueles do tipo em que se abre aleatoriamente e há mensagens individuais.

A mensagem daquele dia?

“Dance a música da vida. Qual a importância da música na sua vida? Música é uma seguida combinação de notas, cada uma significando um som e todas, em suas frases e melodia, construindo essa harmoniosa sensação de beleza, de paz e sensibilidade.
A música suave e harmoniosa é uma com uma higiene mental que alivia as tensões, tranquiliza o espírito, relaxa os nervos cansados e nos conduz a doce meditação do que há de mais belo e puro na natureza.
A música pode fazer o milagre de nos aproximar de Deus”.

Não sou capaz de afirmar se foi pura coincidência, ou se havia algo a mais naquele encontro. Mas prefiro acreditar que nada acontece por acaso. Pelo menos é mais poético assim. E tem mais cara de roteiro cinematográfico.


Ele desceu. Fiquei observando seu jeito de andar com dificuldade, muito provavelmente por conta da idade avançada, acenei com um sorriso e abri o livro.

Bom, depois disso então a música ficou mais alta, os créditos subiram e as luzes foram acesas...


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Predicado verbal?

Ainda sobre o curso...

Primeira disciplina: língua portuguesa.

Ah, não poderia começar melhor!
Bico, bico. Essa está no papo. Todo mundo sabe que o conhecimento do idioma é inerente ao jornalista formado, mesmo que este não exerça a profissão.

Sempre me dei bem nesse quesito e por alguns instantes me esqueci das sábias palavras do meu amigo Marcão: “você vai perceber que na realidade não sabemos nada, ou quase nada!”.

Dito e feito. Pensar que era fácil foi um ledo e ingênuo engano.

Algumas vezes me sinto fazendo regressão. De volta à 5ª, 6ª, 7ª série. Para ter uma idéia, terminei o ensino médio aos 16 anos...Bom, já dá para imaginar quanto tempo faz que fiz a 5ª série!

Ditongo, hiato, adjunto adnominal, complemento nominal, predicativo do sujeito, aposto, vocativo, proparoxítona, mesóclise, predicado verbal?

Foi mesmo por essa língua extremamente complicada pela qual me apaixonei?

Ai, ai, o que de certa forma me conforta é saber que matemática será muito pior...


...Que enxerguemos o fato
De termos acessórios para nossa oração.
Separados ou adjuntos, nominais ou não,
Façamos parte do contexto da crônica
E de todas as capas de edição especial.

Páginas em branco



Voltar a estudar é sempre um grande desafio, seja para adquirir novos conhecimentos, seja para rever antigos conceitos.

No momento me vejo em meio a essa jornada, mergulhando de cabeça no fundo do baú, resgatando arquivos empoeirados, sentando-me na carteira da sala de aula (ainda é assim que se fala?) e ouvindo atentamente as explicações do professor.

Confesso que no começo achei esquisito e quando ia para a aula carregava comigo, além dos cadernos e apostilas, certa revolta pelos sonhos não realizados, alguma vergonha e um punhado de frustrações.

Mas encarei o desafio de voltar um passo atrás na esperança de logo, logo dar dois à frente. E tem sigo uma grande lição de humildade e autoconhecimento.

Tenho acordado renovada a cada dia e aos poucos vou percebendo que, de certa forma, quando nos levantamos pela manhã, começamos de novo nossa vida.

E pela primeira vez tenho a impressão de que uma mudança radical (e/ou um recomeço) pode ser um sofrimento enquanto está acontecendo, mas depois pode se transformar em uma oportunidade maravilhosa e mudar a  ida para muito melhor.

Entendi que o importante é sair da inércia, e por mais difícil que seja, nos reinventar e nos redescobrir a cada dia. 

E cá estou, começando de novo, por baixo, como convém. E já posso dizer que há poucas coisas mais edificantes na vida que recomeçar, relevando as mágoas, engolindo as lágrimas, encarando as frustrações, mas, principalmente, lançando um olhar otimista para o futuro.