Eram vibrantes, meio misteriosos,
um tanto maliciosos e muito bonitos.
Sempre achei que tivesse um “quê”
de Chico Buarque, talvez por isso fizesse tanto sucesso com o mulherio.
Dizem que toda filha é apaixonada
pelo pai. Claro que não estamos falando de nada incestuoso, mas sim de
certa idolatria, uma admiração quase mítica.
Posso dizer que eu fui apaixonada
por ele. Mesmo depois de descobrir que meu príncipe dava expediente em outras
paragens e que habitava outros reinos, ainda assim continuava amando aquele
homem.
O tempo passou, infelizmente nos
distanciamos, mas continuei fascinada por aquele olhar.
Há quase cinco meses seus olhos
perderam o brilho, mas curiosamente (e morbidamente também), insistiam em se manterem abertos.
Sendo assim, a última imagem que
tenho dele é com os olhos ainda entreabertos (e um arrepio me corre a espinha
cada vez que me lembro).
Bom, parece que
vieram me observar. Digo isso sem nenhum cunho religioso, mas se me perguntarem
com o que sonhei essa noite direi: “com os olhos vivos de meu pai”.
Texto lindo, demonstração de amor admirável. Pode não ter herdado a cor mais a profundidade e o brilho do olhar certamente herdou. 💓
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