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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Eu e a educação física



Na minha época de colégio não falávamos em bullying, ao menos não chamávamos assim, mas claro que havia a zoação, a se havia. Eu particularmente não posso me queixar muito, no máximo era a bochechuda, CDF, puxa-saco das professoras, mas o que me magoava mesmo era ser a última escolhida para compor os times.

Isso quando não conseguia escapar das aulas de educação física. Preferia 5 horas de literatura a meia-hora fugindo de uma bola. Mas em algumas vezes não tinha escapatória e lá estava eu, cabisbaixa, esperando que alguém me escolhesse para sofrer na quadra.

Passados 12 anos e ufa! Estava livre da trigonometria e das terríveis aulas de suar.

Mas aí eu me tornei adulta e quando a gente cresce P R E C I S A fazer ginástica, não é o que dizem por aí? E lá fui eu pra academia.

Matrícula feita, as benditas lycras compradas e não me arrisquei em nenhuma aula que demandasse o mínimo de coordenação motora. Engrenei na musculação e saia de lá me achando o Stalone.
Só não entendia aquele suquinho colorido que o pessoal costumava tomar em seus squeezes maneiros. Hoje em dia acho que chamam de Whey-sei-lá-o-quê.

Bom, estava quase batendo meu próprio recorde de 3 meses frequentando lá umas 2 vezes na semana. Porque tinha dia que estava chovendo, ou frio, ou calor, ou tinha algum programa muito legal na tevê, ou era dia da árvore, sei lá, tudo era desculpa para faltar.

Um dia, num frio danado, tinha prometido que não ia mais faltar, estava concentrada pensando talvez em trabalho e chegando à academia lotada às 7 da noite. Como eu disse estava frio e a porta de correr de vidro que costumeiramente ficava aberta nesse dia estava fechadinha e foi nela que minha testa e meu joelho deixaram sua marca. Se bobear estão lá até hoje. Não sei se me recordo mais da queda e da dor ou das inúmeras pessoas que estavam na bicicleta ergométrica de frente pra porta e passando mal de rir da moça estatelada no chão.
O instrutor me ajudou a levantar tentando ser sério, entrei com cara de choro e fiquei no banheiro por 1 hora. Quando finalmente tive coragem de sair fui embora pra nunca mais voltar.
Assim acabava minha trajetória de musa fitness, mas contribuí para que colocassem uma faixa adesiva para que ninguém mais desconcentrasse o povo que estava ali para malhar e não para morrer de rir.

Mas como depois dos 30 ninguém pode ficar parado, cá estou no meu novo projeto “xô sedentarismo”.
Dessa vez bem longe de academia, correndo por aí livre e solta feito uma criança saltitante. Ainda esperando o tal bichinho me morder e eu morrer de amor pela prática.

Mas tenho como grande inspiração meu tio de 56 anos que é maratonista e espelho dos atletas que o acompanham.
Não tenho a pretensão de chegar ao nível dele, só não quero mais dar de cara com a malhação e nem ser a última escolhida no time dos ativos e saudáveis.

Então bora lá por mais 5km na conta! (É assim que eles falam! rs)



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